Ônibus 174, Quem não se lembra????

Posted by Harry Portela | Posted in | Posted on 21:29

A realidade no Brasil muitas vezes passa desapercebida, com nossos olhos voltados apenas para nós mesmo, não vemos a grande desordem e desigualdade social que assola o país.

Sandro do Nascimento, que tomou reféns dentro de um ônibus da linha Central, quem não se lembra?!, hoje assisti um documentário sobre o sequestro do ônibus 174, em 12 de junho de 2000, na zona sul do Rio de Janeiro.

O sequestro foi filmado e transmitido ao vivo pela televisão, cujas imagens são mostradas no documentário e mostra o processo de transformação da criança de rua em bandido e sugere as causas da violência nas grandes cidades do Brasil.

Sem dúvida alguma foi um dos melhores documentários que já vi, mostra a realidade desse brasileiro que como todos tinha sonhos e vontade de vencer na vida, mais como muitos caiu numa vida cheia de angustia e medo.


Ônibus 174, mostra a trajetória de Sandro desde a infância quando perdeu a mãe de forma trágica, sendo que ele viu tudo!, a mãe grávida sendo assassinada brutalmente a golpes de faca, desde então ele se viu rodeado de rancor e ódio, e isso misturado com as dificuldades do Brasil não podia dar outra, mancha como era chamado pelos amigos caiu no mundo do crime e da violência.

Com depoimentos dos reféns, dos policiais envolvidos, e todos que tiveram contato com Sandro desde a infância, o documentário descreve a vida de um brasileiro, que sem esperanças de uma vida melhor numa das grandes cidades do Brasil acabou apelando para a violência, e o seu fim todos ja sabemos, a morte.

Vale a pena assistir e ver o que levou Sandro do Nascimento a sequestrar o ônibus,e acabar "matando" uma refém.

Comments (1)

Esse documentário, mais do que mostrar o que aconteceu na vida desse rapaz que nunca teve chances na vida e que provavelmente se deu mal em mais um de seus assaltos, que era seu meio de subsitência, nos faz pensar sobre a invisibilidade dessas pessoas, que muitas vezes são estigmatizadas e que acabam não tendo como se "desestigmatizar". É possível ler uma responsabilidade grande de todos nós (sociedade, política, enfim..)em todo o ocorrido. Milhares de Sandros estão soltos nas ruas, nascendo, crescendo, sem chances de se verem como José, ou Francisco, pois só terão chances de serem "Sandro".

Postar um comentário